terça-feira, 8 de outubro de 2013

Futebol de causas


Quando o futebol assume uma posição política, e sobretudo social, em prol dos interesses de uma comunidade, passa a fazer sentido para todos, mesmo para os menos interessados na modalidade. É ultrajante que um clube com o peso e a história da Académica se tenha desligado tanto das suas raízes e passe a ser visto como um clube igual aos outros.
A conquista da Taça de Portugal há dois anos foi, sem dúvida, um dia de celebração muito vivido pelas gentes de Coimbra e por um grande número de estudantes. Mas foi um entusiasmo efémero, que rapidamente perdeu fôlego, e os estudantes vêem cada vez mais distante a relação com o clube, como mostram bem as imensas cadeiras vazias do estádio.
Como se inverte a situação? Não inverte. O futebol ganhou contornos desligados do seu enraizamento e o seu impacto económico atingiu dimensões que ultrapassam qualquer pretensão cívica. E vemos assim equipas formadas maioritariamente por jogadores estrangeiros, alheios à história do clube e da cidade, que correm impelidos pela cor do dinheiro, e, como sabemos, essa corrida não tem a mesma garra, a mesma chama, a mesma alma.

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