quarta-feira, 30 de abril de 2014

Épico

Entrevista da Visão a António Lobo Antunes

Visão: Ainda sonha com a guerra?

Lobo Antunes: (...) "Apesar de tudo, penso que guardávamos uma parte sã que nos permitia continuar a funcionar. Os que não conseguiam são aqueles que, agora, aparecem nas consultas. Ao mesmo tempo havia coisas extraordinárias. Quando o Benfica jogava, púnhamos os altifalantes virados para a mata e, assim, não havia ataques." (...)

Visão: Parava a guerra?

Lobo Antunes: "Parava a guerra. Até o MPLA era do Benfica. Era uma sensação ainda mais estranha porque não faz sentido estarmos zangados com pessoas que são do mesmo clube que nós. O Benfica foi, de facto, o melhor protector da guerra. E nada disto acontecia com os jogos do Porto e do Sporting, coisa que aborrecia o capitão e alguns alferes mais bem nascidos. Eu até percebo que se dispare contra um sócio do Porto, mas agora contra um do Benfica?"

Visão: Não vou pôr isso na entrevista...

Lobo Antunes: "Pode pôr. Pode pôr. Faz algum sentido dar um tiro num sócio do Benfica?""

segunda-feira, 24 de março de 2014

domingo, 23 de março de 2014

Mais sobre Bustelo...

(texto referente à cache escondida em Bustelo)

MAIS SOBRE BUSTELO...


Ainda hoje, em terras transmontanas, se designa por “bostelo” um terreno inculto, a monte, pouco arborizado e onde somente cresce mato ou vegetação rasteira. Duvidamos, no entanto, que a mesma designação se tenha aplicado aqui ao simpático lugar de Bustelo, no limite nascente da freguesia de Aguada de Cima e do concelho de Águeda. Mas se assim foi, certamente que a palavra havia perdido, há muito, o rigor da sua base etimológica, pois desde tempos remotos que esta povoação ocupa uma posição relevante na freguesia, sendo mesmo um dos três lugares de Aguada de Cima referidos nas Inquirições de D. Afonso II, do ano de 1220: “De Villa de agada de Susana cum sua ecclesia et uillam de forcada et uillam que dicitur bostelo…

E a comprovar a sua decisiva relevância na freguesia, também o Foral Manuelino de Aguada de Cima, de 1514, a ele se refere com pormenor, nos termos seguintes: “Em Bustelo são (existem) outros cinco casais e pagam de tudo de seis um. E de forro, cada um dois alqueires e meio de trigo por esta medida. E outro tanto de milho. E de fogaça, de trigo dois alqueires e meio e um capão e dez ovos e um frango. E as novidades da terra nova de oitavo, segundo estes de trás e assim o vinho de Maio.” (grafia actualizada). E se em 1570, de acordo com a relação do Livro da Fazenda e Rendas da Universidade de Coimbra, o número das unidades de exploração agrícola do lugar não se haviam alterado (cinco casais), já as rendas, forros e tributos devidos são mais minuciosamente referidos (ou não precisasse a Universidade, há pouco definitivamente instalada em Coimbra, de avultados rendimentos para o seu funcionamento…): “No dito limite há outra aldeia a que chamam Bustelo em que há cinco casais. E de foro cada casal cinco alqueires de pão meado, trigo e milho de todo o monte, pela (medida) nova, do estreme. E seis meas de vinho à bica. E cinco somichas por Maio. E um capão. E um frango. E dez ovos” (grafia actualizada).

Fazendo extrema com o concelho vizinho de Anadia, não é de estranhar que o lugar de Bustelo seja pródigo em característicos marcos de pedra de delimitação com as freguesias vizinhas, colocadas de modo a garantirem aos donatários de outrora, com exactidão, a cobrança dos respectivos foros nos seus domínios (marcos ainda hoje existentes e todos os anos reavivados na tradicional Volta ao Termo de sábado gordo). A colocação de um deles é-nos referida pelo P. Ladeira no seu livro Município de Águeda, tendo sido a demarcação efectuada em 1691, com a presença do procurador e almoxarife da Casa de Aveiro e o marco colocado “onde se aparta o caminho que vai para Bustelo do que vai para Aguada de Cima”.

Dos vinte e oito fogos referidos nas Memórias Paroquiais de 1758 até aos dias de hoje, tem o lugar de Bustelo sofrido uma notável expansão habitacional, a que não será certamente alheia a garantia de uma excelente qualidade de vida que a soalheira exposição do lugar garante e seguramente, o espírito empreendedor dos seus habitantes. Sem falar na providencial protecção do seu orago S. João Baptista, há séculos instalado na sua ermida “em um outeiro junto ao mesmo lugar”.


Texto de António Correia Abrantes e Carlos de Almeida, retirado do livro Memórias de Aguada de Cima. Volume II



Já conheces o Geocaching?

Provavelmente já ouviram falar no Geocaching.
É um jogo muito simples que à primeira vista até parece estúpido. Basicamente este jogo envolve um “tesouro” (um simples recipiente e o que ele contém) que é escondido por um utilizador GPS, o qual depois publica as coordenadas exactas do local para que outros utilizadores GPS o possam procurar numa espécie de “caça ao tesouro”. As coordenadas são publicadas no site www.geocaching.com, basta entrares, registares-te e procurares a localização das caches. Depois, basta um aparelho GPS para onde descarregas as coordenadas (a maioria dos novos telemóveis também já permitem fazê-lo) e partires à descoberta.
Nada de extraordinário, não é?
Pois então comecem a jogar e logo verão como se torna viciante, quer pelo prazer da descoberta, pelo ânsia da acumulação de caches, dos esconderijos super originais, da competição que surge com os outros geocachers, quer simplesmente pelo bom momento que se passa em locais agradáveis e descobrindo sítios novos e quase sempre interessantes.
Experimentem, não custa nada e quiçá se tornem também adeptos desta "modalidade" tão simpática.

Tesourinhos Deprimentes do Festival da Canção







quinta-feira, 6 de março de 2014