segunda-feira, 18 de março de 2013

Clássicos#1: Top Gun


Ando numa de ver grandes clássicos do cinema. É imperdoável para quem gosta de cinema nunca ter visto o Top Gun do início ao fim. É daqueles clássicos que nunca me seduziu muito, talvez por ser um êxito de bilheteira e centrar as suas atenções nos músculos do Tom Cruise. Tenho de reconhecer que este tipo de filme é importante e marca momentos únicos na história do cinema, ainda que não tenham qualidade que lhes dê um estatuto de grande filme.

A história é simples, todo o filme é previsível e composto de clichês e, mesmo os momentos supostamente mais emocionantes, como a morte de Goose (Anthony Edwards) ou o romance escondido entre Maverick (Tom Cruise) e Charlie (Kelly McGillis) não atingem a intensidade que considero necessária.
Centra-se em princípios mais facilmente assimiláveis pelo público como o estilo e a rebeldia de Tom Cruise para atrair a atenção do público feminino e as filmagens brutais dos caça-aviões em pleno voo para captar o público masculino.

Tom Cruise é o típico “bom malandro”, que é excelente naquilo que faz mas não precisa de se esforçar muito. A ligação amorosa entre Maverick e Charlie começa de forma promissora com a cena do bar e a descoberta de que Charlie viria a ser instrutora de Maverick na academia de voo. No entanto, não atinge uma vibração suficientemente forte, apesar do fator de “fruto proibido”, que deveria apimentar a cena. Mesmo a relação de rivalidade entre Maverick e Iceman (Val Kilmer) é ligeira, pouco explorada e bastante previsível na parte final, em que após Maverick ajudar Iceman no combate aéreo frente ao Migs (aviões de combate russos), este reconhece o valor do seu adversário.

No entanto, as filmagens dos caça-aviões em plena ação são fantásticas, bem como o trabalho de som nas sequências aéreas, captando incrivelmente o barulho dos aviões. Além disso, devo fazer referência a um dos pontos fortes do filme e que lhe valeu um Óscar, que corresponde ao sucesso musical “Take my breath away”, dos Berlin. A música é utilizada no filme praticamente na íntegra e corresponde a um dos momentos altos do filme, quando Charlie vai atrás de Maverick e se declara, após uma discussão sobre a sua relação profissional.

Apesar de não ser um grande filme, Top Gun merece ser visto pelo seu valor simbólico e, quanto mais não seja, para se passar um momento relaxado e aproveitar a sua boa onda, sem ter de se pensar muito.

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